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PESANDO NO BOLSO

Entenda por que o azeite de oliva está tão caro nos supermercados de Porto Velho

Pesquisa revela que o produto está 61% a mais caro neste ano, em relação a 2023

Publicado em 20/03/2024 às 08:47

(Foto: Reprodução)

O azeite de oliva, outrora um item básico na lista de compras dos brasileiros, agora figura como um luxo devido ao aumento exorbitante de seu preço. Segundo uma pesquisa divulgada nesta semana pela Universidade Federal de Rondônia, por meio do Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de Ciências Econômicas, em Porto Velho, o preço do produto aumentou significativamente em 2024, registrando uma alta de 61,57% em relação ao ano anterior.

Esse aumento vertiginoso tem suas raízes em problemas enfrentados pela indústria do azeite desde 2022, quando a Europa enfrentou períodos de seca e calor extremo, condições climáticas desfavoráveis para o cultivo da azeitona. Países como Espanha, Itália e França, que juntos representam mais de 60% da produção mundial do produto, foram particularmente afetados pelo calor excessivo durante o período de floração das oliveiras, que requer temperaturas moderadas entre 8ºC e 10ºC.

Além dos desafios climáticos, a produção de azeite também foi prejudicada pela bactéria Xylella, que ataca as oliveiras e causa a secagem das árvores. Como resultado, muitos produtores perderam uma parte substancial de suas colheitas, impactando negativamente as exportações do produto.

Esses fatores contribuíram para um aumento drástico nos preços do azeite de oliva, com o azeite virgem sofrendo um aumento de 69% e os rótulos extra virgem registrando um aumento de 80% entre novembro de 2022 e 2023.

Diante desse cenário, os consumidores brasileiros têm buscado por alternativas nacionais, porém, mesmo essas opções não escapam do impacto dos aumentos de preços. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), entre janeiro e novembro de 2023, houve uma variação acumulada de até 33% nos preços do azeite.


Para reduzir a dependência do mercado externo, o Brasil está investindo na produção nacional de oliveiras, especialmente na região sul do país. Essa medida visa diminuir a vulnerabilidade do país às oscilações de preços e garantir um abastecimento mais estável no mercado interno.

O Brasil é um dos maiores importadores de azeite do mundo, ao lado de Japão, Estados Unidos e Canadá. A produção nacional representa apenas cerca de 1% do consumo de azeites extra virgens no país.

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