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ALÉM DA JORNADA

Aulas virtuais geram sobrecarga aos professores em Rondônia, diz sindicato

Segundo o Sintero, professores estão sendo submetidos a uma rotina exaustiva de trabalho

Publicado em 01/07/2020 às 23:38
Atualizado em

(Foto: Divulgação)

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero) divulgou nota pública nesta quarta-feira (1º) onde relata o drama enfrentado por professores da rede pública estadual, em decorrência do grande volume de trabalho gerado pela implantação das aulas não-presenciais, definidas pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), desde o mês de abril.

De acordo com Sintero, além de não terem recebido equipamentos tecnológicos e qualquer tipo de treinamento ou suporte necessário para atuarem no meio digital, os docentes estão se desdobrando e, muitas vezes, trabalhando além de suas jornadas formais, para ofertarem uma educação de qualidade aos estudantes da rede pública de ensino.

Em nota, o Sintero revela que a principal denúncia refere-se à nova e exaustiva rotina de trabalho desempenhada pelos professores, que além do planejamento, elaboração e realização das aulas, passaram a acumular novas funções como adaptar o conteúdo para plataformas digitais e produzir/disponibilizar vídeos.

“A agenda dos professores também passou a conter diversas reuniões com direção escolar e o atendimento remoto aos alunos, pais ou responsáveis, que entram em contato com o profissional fora do horário de trabalho ou no período noturno e, até mesmo, nos fins de semana. Também há uma intensa cobrança e solicitação de relatórios técnicos por parte da coordenação escolar. Todos esses fatores contribuem para que haja uma sobrecarga no trabalho, levando os profissionais a excederem a carga horária determinada no Plano de Carreira da Categoria, Lei 680/2012”, diz o sindicato.

Conforme o sindicato, os profissionais estão utilizando seus próprios materiais eletrônicos para atuarem no regime de "home office", operando de forma intuitiva e improvisada as plataformas, visto que não houve mínimo preparo para tal trabalho. Eles também relatam gastos maiores com energia elétrica, internet banda larga e/ou internet móvel, sobrecarregando o orçamento doméstico.

As denúncias revelam ainda que há constantes mudanças nas plataformas virtuais organizadas pela Seduc, que obriga os professores a migrarem conteúdos para outros bancos de dados, ocasionando a verdadeira desorganização do trabalho desenvolvido anteriormente. Em relação aos profissionais que atuam nas áreas ribeirinhas, estes não conseguem desempenhar o método de ensino por não possuir uma internet de qualidade, além de sofrer com os custos elevados de consumo. Como resultado dessas medidas totalmente aleatórias, os alunos estão tendo dificuldades de acesso e até se sentindo desestimulados a participar das aulas não-presenciais.

Providências adotadas pelo Sintero

Segundo o Sintero, para tentar amenizar os prejuízos financeiros, o sindicato protocolou ofícios na Seduc, Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (ALE-RO) e Casa Civil requerendo a criação de um auxílio no valor de R$ 500 para os trabalhadores e sugeriu a abertura de linhas de créditos e parcerias com empresas fornecedoras de produtos de informática.

O pedido, de acordo com o Sintero, teria sido ignorado pelo Governo de Rondônia, assim como o restante dos ofícios enviados e divulgados pela entidade, em que foram solicitadas informações e providências quanto ao grande volume de trabalho e outras situações, como o não pagamento de horas-extras.


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