A Polícia Federal (PF) lançou a Operação Jogo Limpo, focada na possível manipulação de resultados de uma partida do Campeonato Brasileiro da Série D, ocorrida no interior de São Paulo. Sob ordem judicial de São Paulo, foram expedidos onze mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo São José do Rio Preto e a capital paulista, além de municípios no Rio de Janeiro, como Tanguá e Nova Friburgo. A operação também se estendeu até Patrocínio, no interior de Minas Gerais.
A Sportradar, especialista em detectar fraudes em apostas esportivas, indicou que apostadores pareciam saber antecipadamente que uma das equipes seria derrotada no primeiro tempo por dois gols ou mais. A empresa, atuante desde 2005 na prevenção de manipulações de resultados e fraudes em apostas esportivas, possui vasta experiência servindo a entidades esportivas e autoridades na erradicação da corrupção no esporte.
Indícios apontados pela Sportradar revelaram que 99% das apostas realizadas estavam em conformidade com o desfecho suspeito, sugerindo uma possível combinação de resultados prévia ao jogo. Esse indício foi corroborado pelo resultado de três gols da equipe visitante, incluindo um gol contra, ainda no primeiro tempo da partida.
Segundo apuração da polícia, uma empresa teria firmado parceria com um dos clubes, e vários jogadores agenciados por ela foram contratados. A investigação busca apurar a influência dessas pessoas no resultado da partida. A PF informou que, em tese, trata-se de crimes contra a incerteza do resultado esportivo, tipificados na Lei Geral do Esporte, com penas de dois a seis anos de reclusão.
Em abril do ano passado, o Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou a Operação Penalidade Máxima II para investigar manipulação de resultados em jogos da Série A do Brasileirão. De acordo com o MP goiano, havia suspeitas de que a organização criminosa investigada atuou em pelo menos cinco jogos da Série A do Campeonato Brasileiro em 2022 e em cinco partidas de campeonatos estaduais.
Em nota, o Ministério Público de Goiás afirmou que o grupo aliciou jogadores profissionais de futebol, oferecendo valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.
A Operação Jogo Limpo tem como finalidade combater a corrupção no esporte e garantir a integridade das competições.
