A análise mais recente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indica que o El Niño está chegando ao fim, com previsão de término em maio ou junho deste ano. A partir de abril, espera-se que a temperatura das águas do Oceano Pacífico retorne à normalidade. O segundo semestre de 2024 será caracterizado pela presença do fenômeno La Niña. Estas informações foram divulgadas pela meteorologista do INPE, Marília Guedes, durante a 10ª Reunião da Sala de Crise da Região Norte, realizada na última sexta-feira (22).
A notícia da redução dos efeitos do fenômeno El Niño, que tem causado uma intensa seca nos estados da região amazônica, incluindo Rondônia, aliada à previsão de chuvas acima do esperado até esta terça-feira (26), trouxe otimismo para a equipe da Defesa Civil de Porto Velho, presente no encontro.
Na sexta-feira (22), o nível do rio Madeira permanecia abaixo da média, com a régua marcando 12,60 metros. No entanto, a informação da ocorrência de chuvas intensas na Bolívia e no Peru, pode causar no Rio Madeira, o efeito repiquete, que faz o nível das águas subir novamente, como já havia sido antecipado pelo Portal da Cidade, fazendo com que o rio volte a cota de atenção, que é 14 metros.
Segundo a Defesa Civil Municipal, a bacia do rio Madeira em Porto Velho é influenciada em 74% pelas chuvas da Bolívia, 12% pelas chuvas do Peru e apenas 14% pelas águas pluviais brasileiras.
Em 2023, o Rio Madeira atingiu o menor nível em quase 60 anos. Com a seca histórica, a imensidão de água do rio, que possui quase 1,5 mil quilômetros de extensão, desapareceu, dando lugar a montanhas de pedras e a enormes bancos de areia onde antes era possível nadar.
El Niño X La Niña
Enquanto o El Niño ocorre devido ao aquecimento das águas do Pacífico, o La Niña refere-se ao resfriamento da porção equatorial central deste oceano. No Brasil, o La Niña tende a aumentar a quantidade de chuvas na porção norte do país, especialmente na Amazônia.
Por outro lado, no sul do país, o fenômeno propicia períodos de seca. Além disso, o La Niña também traz ao país frentes frias intensas e prolongadas, o que deve resultar em uma queda nas temperaturas após uma sequência de ondas de calor influenciadas pelo El Niño.