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CORONAVÍRUS

Profissionais denunciam falta de EPIs nas unidades de saúde em Porto Velho

Profissionais utilizam máscaras de TNT com única forma de se proteger contra a infecção

Publicado em 23/03/2020 às 22:29
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(Foto: reprodução / whatsapp)

Na linha de frente no combate ao novo coronavírus, profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros e técnicos, estão apreensivos não apenas com o próprio contágio, mas também com a transmissão para a família e até mesmo para os pacientes. Em Porto Velho, a categoria se queixa de falta de equipamentos básicos de proteção individual como: máscara tipo N95 (cujo filtro bloqueia até 95% das partículas em suspensão) e o desabastecimento de álcool gel 70% nas unidades de saúde da rede municipal e estadual. 

Em contato 24 horas com possíveis pacientes infectados pelo coronavírus, os profissionais têm como única forma de “proteção”, máscaras de TNT disponibilizadas pelas secretarias de saúde que, diferentemente dos respiradores descartáveis, não oferecem capacidade de filtração nem veda o rosto o suficiente para evitar contaminação. Não bastasse, o equipamento é de uso restrito e eles são orientados a utilizar a mesma máscara por vários dias.


“Segundo os fabricantes, as máscaras devem ser utilizadas por período. Nós já trabalhamos em um ambiente estressante. Retirar uma máscara do rosto seguindo todos os procedimentos para não contaminar o material é algo muito difícil e que aumenta ainda mais a nossa insegurança”, desabafou a enfermeira que terá a identidade preservada pela reportagem.

De acordo com outra enfermeira, que também manteve contato com o Portal da Cidade, em alguns hospitais públicos da capital rondoniense, os profissionais estão sendo obrigados a assinar um termo de responsabilidade pela guarda e uso dos equipamentos pelo prazo de 30 dias. Só após o período, eles ficam autorizados a receber um novo kit.

“Os médicos estão utilizando os EPIs apropriados porque eles mesmos estão tirando dinheiro do bolso para comprar. Nós, enfermeiros e técnicos, que recebemos um salário inferior, não temos condições financeiras para fazer o mesmo. Estamos correndo sérios riscos de contaminação e pior, colocando em risco os nossos familiares”, disse a enfermeira.

Devido à gravidade da situação e em meio ao avanço desenfreado da Covid-19, os profissionais dão início a uma onda de protestos nas redes sociais, deixando de lado o medo de represálias. Neste vídeo que está circulando nos grupos de whatsapp, a enfermeira faz um desabafo e cobra providências das autoridades municipais, veja:


Nas redes sociais, o número de protestos também segue em escala crescente. Na publicação abaixo, a profissional denuncia a falta de máscaras na maternidade do Hospital de Base Ary Pinheiro em Porto Velho.  



Neste post, o profissional incentiva os colegas a cruzarem os braços. “Caso contrário não salvaremos ninguém. Vamos morrer”, afirma.  



Nesta outra publicação, o profissional mostra os EPIs utilizados pelos profissionais de outros países e faz um comparativo com os materiais fornecidos no Brasil.


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