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ECONOMIA VERDE

Reservas extrativistas de Rondônia geram 20 toneladas de borracha em 2020

A produção em Rondônia pode chegar a dez vezes mais neste ano, em relação a anos anteriores

Publicado em 21/10/2020 às 07:40

(Foto: Secom-RO / Divulgação)

A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), visitou algumas das sete comunidades da Reserva Extrativista do Rio Cautário, na faixa de fronteira Brasil-Bolívia, em Costa Marques. Em 2020, as Resex do Rio Cautário e Rio Ouro Preto, ambas nesta parte da Amazônia Ocidental Brasileira, produziram 20 toneladas de borracha. Em uma estimativa bem conservadora, Rondônia pode vir a produzir tranquilamente 200 toneladas de borracha por ano, no montante de R$ 2,52 milhões.

Para o secretário da Sedam, Marcílio Lopes, a iminente retomada do extrativismo nos seringais “vem consolidar estudos governamentais e a disposição dos próprios seringueiros em se inserirem mais uma vez na economia rondoniense”. “Isso não ocorre desde os tempos territoriais, quando muitos seringais ainda estavam ativos”, mencionou. 

Da mesma forma, a coordenadora de Florestas Plantadas (na Sedam), Julie Messias e Silva e o coordenador de Unidades de Conservação, Fábio França, acreditam no êxito da revitalização dos antigos seringais e nas Resex em geral. Fábio iniciou visitas a todas as 40 UCs. 

“Manter a floresta em pé garante a absorção do carbono iria para atmosfera; a floresta mantém o ciclo das chuvas de algumas regiões do Brasil, notamos isso em nossa própria região”, assinalou Julie. 

A coordenadora diz que a conservação de castanheiras e seringueiras em franca produção “é essencial para Rondônia”, sob os pontos de vista ambiental e econômico. “Além do que, elas contribuem para a manutenção das espécies de plantas e animais (biodiversidade) e ocupam a atividade de comunidades tradicionais que dela vivem e sobrevivem”. 

Atualmente, o mercado convencional paga R$ 2,50 o quilo pelo CVP (cernambi virgem prensado). Segundo o articulador institucional, Plácido Costa, do Pacto das Águas (organização da sociedade civil de interesse público – Oscip, que também trabalha com castanha, copaíba, óleos e outros produtos florestais), isso acontece, quando os extrativistas estão organizados, emitindo nota fiscal, tendo a declaração de acesso ao Programa Nacional da Agricutura Familiar (Pronaf) e a outros documentos fundamentais para a presença no mercado. 

O guardião da floresta Raimundo Pereira Alves, 59 anos, já faz de tudo para retomar a atividade com gosto. Chefe de uma das 15 famílias da Comunidade Canindé, na Resex Rio Cautário, ele tem razão para se animar: a produção vem melhorando e o preço também.

MELHORES PREÇOS

Segundo Plácido Costa, associações e cooperativas mais organizadas podem acessar empresas de produtos de resistência a impactos e conseguir uma subvenção de mais R$ 3,08 por quilo. Mas o Pacto das Águas vem obtendo para os extrativistas um preço que passa de R$ 2,50 no mercado convencional, para R$ 8 a R$ 9 o quilo.

Para o engenheiro agrônomo e extensionista Celso Franco Damaceno, gestor coordenador da Resex, o êxito do projeto do crédito de carbono será estratégico na consolidação da retomada de antigos seringais. O crédito de carbono que impulsiona a economia verde de baixas emissões de gases de efeito estufa (REDD+)* entrou nas prioridades da pauta econômica do Governo de Rondônia. 

“E havendo preço, esse mercado se tornará novamente atraente”, considera Celso, um dos fundadores da Organização dos Seringueiros de Rondônia.

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