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ECONOMIA

Pandemia reduz os atendimentos em clínicas de saúde em Porto Velho

Algumas clínicas chegam a projetar uma redução de mais de 50% nos atendimentos

Publicado em 18/05/2020 às 07:16

(Foto: Divulgação)

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A quarentena completou dois meses de implantação em Rondônia, desde então uma série de medidas restritivas foram adotadas pela população para prevenir o contágio do novo coronavírus (Covid-19). Algumas atividades comerciais foram fechadas para evitar a aglomeração de pessoas que, na opinião dos infectologistas, é um dos principais fatores para a propagação da doença. As clínicas de saúde fazem parte do segmento considerado essencial e, por isso, houve a recomendação para manter o funcionamento mesmo durante o processo de implementação do isolamento social, mas nem por isso deixaram de ser afetadas. Algumas clínicas chegam a projetar a redução de atendimentos para além da metade. 

Há nove anos em Porto Velho, a Clinfono atua no ramo de fonoaudiologia, terapia ocupacional, integração sensorial, psicologia, psicopedagogia, exames auditivos e atendimentos hospitalares. As medidas restritivas fizeram com que os profissionais mudassem a forma de atender os clientes. “Nossas medidas restritivas foram feitas ao grupo de risco que são os pacientes resfriados, com comorbidades, gestantes e idosos. A pandemia afetou muito os negócios e nós tivemos que refazer toda a agenda. Houve mudança de horário de funcionários, ficamos dias em casa esperando nossos conselhos se pronunciarem diante da situação para saber o que podíamos e o que não podíamos para continuar os atendimentos. Aguardamos por praticamente um mês, quando não houve produção e logo não houve entrada de dinheiro”, explica a empresária Jamila Quênia.

Quando foi concedida a autorização para restabelecer os atendimentos, a clínica adotou como estratégia o serviço online, com as consultas e terapias realizadas por telemonitoramento, mas ainda sim teve resistência. “Os que continuaram foram somente os pacientes atendidos por convênios, os particulares não aceitaram, logo também nos prejudicou. Na quinzena de abril quando voltamos ao presencial, muitos ainda ficaram por atendimento online e retornamos com número menor de pacientes, praticamente a metade de nossa demanda anterior”, lamenta a empresária Camila Hobi.

Para atender presencialmente, a Clinfono precisou investir em adaptações em meio ao cenário de pandemia e para isso precisou adquirir os equipamentos de proteção individual (EPIs) para todos os profissionais e cobrar o uso das máscaras pelos pacientes. A clínica recebe higienização com frequência para evitar a contaminação, além disso, o cliente é acompanhado apenas por um único profissional, com a realização de intervalos entre uma consulta e outra para esterilização das salas e dos materiais.

Os prejuízos com a paralisação das atividades resultou em três demissões e a redução de carga horária dos funcionários, devido a queda do número de consultas. “Ficamos expostos ao vírus sim, mais com fé em Deus que tudo ficará bem, não podemos ser tomadas pelo medo, estamos fazendo de tudo para cuidar de nós e dos nossos pacientes, e nós esperamos que eles também tomem cuidado, nos ajudando. É o que sempre falamos eu cuido de você e você cuida de mim”, desabafa Jamila.

A empresa também tem se preparado para um possível decreto de Lockdown em Rondônia. “Avisamos aos pacientes que todos serão acompanhados via online por telemonitoramento em suas casas, seguiremos com algumas adaptações, enviando exercícios, atividades, e acompanhando tudo via telechamada. Os pais são bem colaborativos, nos ajudam muito e acredito que esse tempo em família também é muito valioso. Estamos tirando uma lição de tudo isso, não podemos planejar nada até que isso tudo acabe”, avalia Camila.

Atendimentos de Fisioterapias

Há 34 anos atuando em Rondônia com os mais diversos serviços especializados em fisioterapia como terapias manuais, hidroterapia, fisioterapia respiratória, pilates, gyrotonic e fisioterapia em uroginecologia; além de possuir profissionais na área de fonoaudiologia e terapia ocupacional, a Fisiotrat é outra clínica que foi afetada pela pandemia. A gestora do empreendimento, Ailza Medeiros Santos, estima que apenas 25% dos pacientes tenham retornado aos atendimentos desde quando as terapias foram suspensas por uma semana em março. “Nós readequamos tudo e obedecemos a todas as regras. Nós dispomos de bactericida para ser usado pelos pacientes quando chegam na clínica; eles também são obrigados a usar máscaras, assim como os nossos profissionais, compramos um medidor de temperatura, disponibilizamos álcool em gel em todos os ambientes e mantemos o distanciamento de um metro e meio ou dois de cada paciente”, afirma a empresária.

A clínica também reforçou os trabalhos de limpeza por todo o prédio e reduziu em 50% o quadro de profissionais, começando com a emissão de férias para os funcionários que detinham esse direito. “Estamos atendendo proporcionalmente com mais profissionais, menos pacientes e mais espaço, tudo por conta da pandemia. Vamos acompanhar esse movimento e observar como a comunidade vai se comportar”, justifica Ailza.

Consultas Odontológicas

O cenário de pandemia é uma novidade que tem surpreendido a dentista Carolina Moreira Mendes, pois ela passou a integrar o grupo de alto risco. Isso porque os serviços odontológicos exigem com que o profissional tenha contato direto com a boca dos pacientes, uma das regiões do corpo mais propensas ao contágio. “Medo de contrair a doença todos temos, mas tenho feito minha parte para minimizar as chances. Tenho utilizado os EPIs conforme as recomendações da OMS”, comenta.

Atuando há nove anos na Clínica que pertence a família há três décadas, Carolina projeta uma redução de até 30% da circulação de pacientes no consultório. “Tivemos uma redução de pacientes do grupo de risco, aumentamos o intervalo entre os atendimentos e por conta disso o fluxo diminuiu”, esclarece.

Para os consultórios odontológicos foi preconizado apenas atendimentos de urgência, mediante a utilização de máscaras – mesmo antes do atendimento -, uso de álcool em gel na entrada e na saída dos consultórios e utilização de propés dentro das clínicas.

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