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ECONOMIA

Alta da gasolina reduz lucro dos taxistas que já sofrem os efeitos da pandemia

Apesar do novo reajuste, o preço da tarifa do táxi não deve aumentar em Porto Velho

Publicado em 20/02/2021 às 01:36
Atualizado em

(Foto: Reprodução / Facebook)

Os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis tem desanimado os taxistas que atuam em Porto Velho. O insumo tem impactado no orçamento de aproximadamente 1300 famílias entre motoristas, auxiliares e permissionários que dependem desta matéria-prima para exercer as atividades laborais. De acordo com a Petrobrás, o novo aumento vai gerar impacto de R$0,23 no litro da gasolina e R$0,34 no litro do diesel.

O presidente do Sindicato dos Taxistas de Porto Velho (SINTAX), Francisco Ferreira dos Santos, lembra que somente esse ano houve três reajustes no valor da gasolina que chegaria a margem de 10% de aumento real para o consumidor. Os reajustes tem dificultado o trabalho da categoria que não pretende repassar esses custos ao cliente.

“Colocamos essa nova modalidade de transporte que é o taxi compartilhado, aonde você leva do Centro para o bairro mais longe ou vice-versa por cinco reais e aí fica difícil de a gente segurar, tendo em vista que além da gasolina, todos os derivados do petróleo subiram como é o caso do pneu, óleo para o motor. Estamos em um sofrimento danado para não repassar esses custos ao cliente”, explica o taxista.

O cenário de pandemia também tem afetado os negócios nesse nicho de mercado por conta das restrições impostas para a prevenção à propagação da COVID-19. “Como se não bastasse está aí essa pandemia grande em que não podemos trabalhar na totalidade. Se ficar em casa morre de fome, se for para a rua pega coronavírus. Estamos em uma situação que não sabemos o que fazer”, desabafa o representante dos motoristas de taxi.

Atuando há mais de 20 anos no setor público, o economista Avenilson Trindade explica os fatores que podem estar ligados aos sucessivos aumentos no preço do petróleo nas refinarias.

“A Petrobrás tem programas de vanguarda na área da inovação, ciência e tecnologia. Nesse processo de pesquisa, desenvolvimento e inovação são gerados vários modelos que são referências para o mercado. A Petrobrás é um grande laboratório de tecnologia para o segmento, por exemplo, quando tem a exploração do pré-sal é resultado de muita pesquisa, tecnologia e profissionais na área de geofísica que desenvolvem modelos matemáticos para que possibilitasse essa exploração de forma eficiente. Uma estrutura como a da Petrobrás tem custos altíssimos, ou seja, é muito caro manter toda essa estrutura. Ela precisa ser eficiente em seu segmento, na sua atividade e gerar lucratividade para que se torne sustentável”, avalia o economista.

A alta cotação do dólar que nesta sexta-feira (19) passou a valer R$5,38 para transações comerciais e o aumento do preço do petróleo no mercado internacional são outros fatores que incidem na elevação do preço da gasolina.

“Com essa estratégia de se vincular no mercado internacional, o preço vai oscilar de acordo com a oferta e a demanda por petróleo. Todos os países precisam dos derivados do petróleo e quanto mais a economia cresce e menos trabalha com as fontes de energia alternativas, mais dependente da gasolina a sociedade fica. Hoje nós estamos em que o dólar está em um patamar bastante elevado e isso faz com que todo produto que esteja na nossa economia e esteja vinculado ao mercado internacional acompanhe a oscilação desse preço e assim o produto vai ser impactado. Se o preço sobe no mercado internacional, subirá aqui também”, justifica.

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