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ECONOMIA

“Novo lockdown vai gerar a pandemia do desemprego”, afirmam empresários

A Prefeitura defende lockdown de 14 dias na Capital; empresários estão indignados

Publicado em 25/06/2020 às 06:14
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(Foto: Portal da Cidade)

Com os números de casos de infectados pelo novo coronavírus (COVID-19) em ascensão, a Prefeitura de Porto Velho decidiu ingressar com ação na Justiça, pedindo em caráter de liminar a cassação do decreto do Governo do Estado que permitiu o funcionamento do comércio, instituições religiosas e shopping center. A medida restritiva proposta pela Prefeitura teria duração por mais 14 dias na cidade, porém, imediatamente, a ação gerou revolta e indignação na classe empresarial. 

De acordo com a Associação Comercial de Rondônia, mesmo com a reabertura do comércio há duas semanas, o setor ainda sofre com os efeitos da pandemia. A instituição estima uma queda na circulação de clientes em até 70% nos centros comerciais.

“A prefeitura quer um lockdown de mais quinze dias para que o empresário realmente não consiga mais abrir as suas portas. Este é o presente que o prefeito quer dar ao investidor que vem à capital tentar trabalhar e gerar emprego. Nós temos que tomar muito cuidado com essas medidas restritivas que o prefeito quer tomar porque daqui a pouco nós teremos aí a pandemia do desemprego e pessoas passando fome”, alerta o presidente da Associação Comercial de Rondônia, Vanderlei Oriani.

Na petição, a Procuradoria Geral do Município defende o isolamento rígido para assegurar a devida estruturação do sistema público municipal e estadual de saúde, inclusive, com a chegada de medicamentos que hoje estão em falta na rede pública.

Para a presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Velho, Joana Joanora, os efeitos das medidas restritivas provaram ser ineficientes no combate a pandemia. “Esse lockdown em nenhum momento deu certo, talvez teria dado certo antes do carnaval. Mas daí teve a festa quando já sabiam da possibilidade de contaminação da população e a realidade da saúde pública”, avalia Joana.

“O prefeito e os seus secretários tiveram cem dias para trabalhar catalogando, fazendo os testes rápidos e dando os kits de medicamentos. Se ele achar que decretando um lockdown de duas semanas vai tirar a culpa dele, ele está enganado. Pelo contrário, ele estará falindo o Município e a Saúde”, complementa.

Ainda segundo a CDL, a suspensão das atividades comerciais durante as comemorações mais rentáveis do ano impactaram sensivelmente o setor, como as baixas vendas no Dia das Mães, na volta às aulas e no Dia dos Namorados.

“Há empresários que diminuíram o quadro de funcionários em até 50%, tem colegas que possuíam três lojas e agora só está com uma. Quem estava falido já pediu falência e quem não estava vai pedir porque uma nova medida restritiva não tem condições para manter o empreendimento”, desabafa a presidente.

Até esta quinta-feira (25), Rondônia registrou 17.424 casos de coronavírus, dos quais 10.893 estão concentrados em Porto Velho. A capital rondoniense registrou 324 óbitos do total de 455 constatados em todo território estadual.


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