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PREVENÇÃO

Mesmo com flexibilização do Governo Federal, academias continuam fechadas em RO

Empresários aguardam o posicionamento do Estado para estabelecer as regras para a reabertura

Publicado em 03/06/2020 às 21:04
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(Foto: Reduto CrossFit /Divulgação)

(Foto: Arquivo Mahatma / Divulgação)

Um mês após o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, incluir por decreto as academias de ginástica como serviço essencial, a maior parte dos estabelecimentos mantem as portas fechadas em Rondônia. É que os empresários locais aguardam o posicionamento do Governo do Estado para estabelecer as regras para a reabertura. As academias de ginástica compõem um dos setores comerciais mais impactados pela pandemia, a maioria está fechada desde o inicio da quarentena em Rondônia, decretada no dia 17 de março e, desde então, os empreendimentos estão sem faturamento. 

Independente do tempo de atuação ou do segmento de mercado, a verdade é que todas as academias atravessam a maior crise da história do setor. Nem uma das mais tradicionais academias de ginástica de Porto Velho passa incólume a crise gerada pela propagação do novo coronavírus (COVID-19). Presente desde 1981, a Mahatma é um dos empreendimentos pioneiros da capital e possui a maior estrutura do segmento no Estado, com amplo espaço que favorece a prática de atividades físicas, com aulas de musculação, natação, hidroginástica e dança. Se antes o espaço era lotado de alunos, agora o silêncio faz parte do cotidiano do estabelecimento.

“Com a decretação das medidas de isolamento e fechamento das academias, em razão da necessidade de impedir o alastramento da contaminação do vírus, fechamos o estabelecimento de imediato, praticamente sem aviso prévio, sem qualquer previsão concreta de retorno. Assim de uma hora para a outra as receitas cessaram, porém as despesas básicas continuam. Existem muitas academias que não conseguiram nem pagar as despesas básicas, fechando suas portas, deixando de promover a saúde em nosso município. A informalidade aumentou e as empresas capazes de manter a empregabilidade estável e segura, ficaram vulneráveis”, lamenta a empresária Nádia Maria Follador Góes, proprietária da Academia Mahatma.

Com a paralização das atividades e tendo a consciência de que, quando houver o retorno das atividades serão de forma graduada e reduzida, a empresária precisou reorganizar a administração da empresa. Diante disso, deu férias coletivas, reduziu o quadro de funcionários e utilizou os afastamentos provisórios. Posteriormente, a empresa aderiu a programas do governo, esperando que com o passar em definitivo dessa pandemia, possa retornar as atividades normalmente.


“Mesmo sendo esse cenário impremeditável, no mesmo dia do fechamento já buscamos alternativas para mantermos esse contato com os clientes pelas redes sociais no Instagram da Academia (@oficialmahatma). Buscamos analisar e evoluir com a adoção de todas as ferramentas de grande alcance imediato, preparamos treinamentos de condicionamento físico de baixo e moderado nível, conforme a OMS direciona, para manter o ritmo sem prejudicar a imunidade, e sim favorecendo a estabilidade desta. Na mesma semana, já estávamos em treinamento interno para buscar os melhores exercícios para aquele momento e repassar aos clientes. Fomos os primeiros na cidade a iniciar treinamentos ao vivo, não só para nossos alunos, mas para todos os seguidores de nossas redes sociais”, revela Nádia assumindo que a academia também precisou se reinventar para atravessar a crise.

“Nossos treinamentos são sempre estudados e testados pelo nosso corpo técnico antes da realização das lives, garantindo qualidade e segurança em todos os aspectos. Além desse preparo de atendimento online, proporcionamos um número limitado de aluguéis em kits de treinamento, justamente para aqueles que procuravam cargas em seu treino para fazer em casa”, complementa.

Para evitar prejuízos aos clientes, a academia decidiu fornecer créditos para os alunos matriculados ao trancar e suspender as matrículas, só retomando quando voltar a abrir as portas novamente. Algo que o setor começa a se preparar após a inclusão das academias como serviço essencial pelo Governo Federal.

“Sobre o planejamento de reabertura, nos baseamos com critérios de outros Estados e Municípios que já retornaram suas atividades normais, porém aguardamos a orientação do nosso Governo, para finalizar e estar de acordo com as exigências, que vierem a ser determinadas. Já nos antecipamos comprando equipamentos específicos para o retorno, tais como termômetro para medição de temperatura corporal na entrada, higienizar calçados em tapetes com produtos de sanitização; além do mais, serão exigidos uso de máscara, utilização constante de álcool 70º, uso de papel toalha na área de higienização dos equipamentos, sinalizaremos os espaços de distanciamento, e no horário de pico, se preciso, agendaremos horários de treinos, limitando a capacidade de pessoas ao mesmo tempo, para garantir o distanciamento de 2 metros para cada pessoa, evitando aglomeração. Assim que for liberado, imediatamente, colocaremos em prática. Temos exemplos de cidades do interior e de outros Estados que já retomaram as suas atividades com as devidas medidas e não vemos notícias de que o aumento de infectados seja por academia estarem abertas”, pontua Nádia

De acordo com o Sindicato das Academias (SINDAC), o setor emprega cerca de 1 milhão de trabalhadores. A entidade sindical defende o setor como atividade essencial para a saúde, qualidade de vida e bem estar com o argumento de que a realização de atividades físicas diminui em 33% o risco de morte por hipertensão e dislipidemias – principais causas de morte no país -; redução em 50% do risco de morte por câncer comparado com sedentários; e diminuição em 58% do risco de desenvolvimento de diabetes do tipo dois.

Crossfit


As academias de Crossfit somam o número de empreendimentos do setor fitness afetados pela pandemia. À exemplo do que ocorre nas academias de ginásticas, os circuitos de treinamentos desta modalidade esportiva também se encontram vazios desde o início do isolamento social. “Várias academias e boxes no Brasil todo fecharam, quadro pessoal reduzido drasticamente, sonhos e perspectivas foram reduzidos, adiados ou cancelados. Ainda não fomos afetados desta maneira graças aos subsídios do governo federal e práticas emergenciais de gestão”, explica o head coach do Reduto Crossfit, Júlio César Ramos.

Como incentivo aos alunos para retornarem os treinamentos, quando o estabelecimento voltar a funcionar, o Reduto Crossfit deverá oferecer benefícios imediatos e outras vantagens para o uso futuro, tal medida tem como finalidade o fortalecimento da relação da empresa com o cliente. Além de intensificar a política de relacionamento, a empresa precisou se reinventar durante a quarentena. É que os profissionais tem prestado suporte aos alunos nos treinos em casa, disponibilizando treinos gratuitos nas mídias sociais, emprestando equipamentos e realizando aulas em turmas ao vivo pela plataforma Zoom. “Estamos preparados para retomar nossas atividades com toda segurança. Fizemos questão de superar as recomendações sanitárias de forma que nossa equipe, alunos, fornecedores e parceiros se sintam seguros, valorizados para desfrutar de um momento ímpar no seu dia de cuidado pessoal e manutenção da saúde. Somos especialistas em saúde e bem estar e o nosso cliente vai perceber mais uma vez como estamos preparados”, observa o head coach.

Em agosto, o Reduto Crossfit completa três anos de funcionamento em Porto Velho e tem como público alvo atrair a família para a prática desta modalidade esportiva. Ao se matricular o aluno pode optar por alguns pacotes de cursos como a iniciação (aula de fundamentos do Crossfit); Crossfit inclusivo e responsável (aulas para crianças a partir dos quatro anos, adolescentes, adultos e idosos); aulas em grupos (atividades personalizadas e online); e clínicas de modalidades específicas de levantamento de peso olímpico (L.P.O.); natação e bumbum na nuca (core, glúteos, abdômen).

O diferencial do Reduto Crossfit é a realização das atividades de como entretenimento, de maneira a divertir o aluno com respaldo metodológico científico e profissional. Os treinos reforçam a importância do trabalho coletivo, deixando de lado o individualismo ao desenvolver o apoio, encorajamento e motivação para superar cada desafio.

O treinamento funcional, constantemente variado vem se destacando nos últimos dez anos, de crescimento exponencial mundo afora, sendo totalmente inclusivo, por respeitar os limites individuais e resgate de movimentos essenciais e fundamentais para a execução diária de atividades do cotidiano. Tal fator proporciona uma melhor disposição, resultado fitness, saúde com reversões de quadros crônicos inflamatórios e felicidade ao praticante.


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